Coluna Rômulo Estanrlêy - PN

Professores: entre o piso e a cova

Assim fica difícil de o Brasil se desenvolver. O piso salarial dos professores, anunciado com grande estardalhaço como algo que iria revolucionar a educação, não passou de um grande fiasco! Enquanto outros países investiram maciçamente na educação, o Brasil insiste em ignorar esta política como prioridade para o desenvolvimento sustentável do país. Pô, quando é que os nossos governantes (e também a sociedade) vão acordar para isso?

Nós temos o exemplo da Coréia do Sul, que elegeu a educação como prioridade nacional para sair do buraco do subdesenvolvimento. O resultado desta escolha acertada pode ser visto na produção de alta tecnologia exportada para todo o mundo. No mundo onde o conhecimento é fundamental para o desenvolvimento, nossa amada Patropi insiste em remar ao contrário: a educação de qualidade continua sendo privilégio de poucos; a maioria da população é relegada às escolas infectas e faculdades caça-níqueis.

O Brasil sepulta a inteligência e persiste numa forma de produção da primeira metade do século XX: produtor e exportador de commoditties (mercadorias) e indústria mecânica. E onde ficam os profissionais da educação neste contexto? Não ficam, né! Grande parte dos que estão comprometidos com o conhecimento e com a construção da cidadania de seus alunos, estão abandonando a carreira para se dedicar a concursos em outras áreas. Esse piso miserável (que virou teto) é fruto da resistência da elite dominante, notadamente nas figuras dos governadores e prefeitos. É bom lembrar que a proposta inicial era de três salários mínimos, indexados a cada aumento concedido pelo Governo Federal. Os professores teriam que se submeter a uma dedicação exclusiva na escola, ao invés de ficarem procurando outros empregos para complementar sua renda. No final, ficou tudo na mesma: vão continuar com jornadas de trabalho absurdas e salários de proletários chineses.

Na Região Metropolitana de Natal, o que se constata é que o piso do Fundeb ficou oscilando entre os dois salários mínimos. Uma vergonha! Isso chega a ser irônico, uma vez que a educação sempre foi – e ainda é – um mote de todos os políticos em período eleitoral. A resistência da turma do “meu pirão primeiro” em pagar o piso aos educadores é fortalecida por brechas na lei encaminhada ao Congresso Nacional pelo Governo Federal, nutridas por filigranas jurídicas e pelo conformismo de classe dos educadores. Desenvolvimento sustentável sepultando a educação? Impossível. Continuaremos meros coadjuvantes no processo de divisão internacional do trabalho.

Elixir autoritário
Penitenciárias 10 x 0 educação. Enquanto a educação é jogada para escanteio, o Congresso Nacional está discutindo um piso salarial para os policiais de todo o Brasil, na ordem de R$ 4.500,00. Os agentes da lei responsáveis pela segurança têm todo o direito de serem bem remunerados – o piso pretendido para os milicos chega a ser três vezes maior que o dos professores (a merreca de 950,00 paus)!

Elixir autoritário 2
Mas por que tamanha disparidade? Por uma razão simples: nossa elite dominante está mais preocupada com a defesa do seu patrimônio do que com o saber da ralé. Para esta mesma elite, o problema da violência é uma questão de polícia e não de política. A borracha do cassetete em detrimento do livro e da caneta é uma atitude burra dessa elite, encastelada no poder há décadas.

Elixir autoritário 3
Por quanto tempo suportarão viverem em suas mansões e condomínios, guarnecidos dia e noite por segurança privada, que na maioria das vezes invadem o espaço público (a velha prática de confundir o público com o privado)? Essas “zelites”, como diria o Lula, pariram o monstro violento, espoliador e concentrador, que é a atual sociedade brasileira; têm uma dívida histórica a ser paga. Nada aponta para este caminho. Para os privilegiados, Paris; para os espoliados, Alcaçuz.

Cruz, caixão e vela preta
Em Riacho do Feijão, zona rural de Macaíba, numa missa realizada na capelinha da comunidade, no dia 26 de dezembro (sábado natalino), alusiva ao 27º aniversário de falecimento do senhor Manoel Cordeiro Sobrinho, uma dupla tida como horrorosa pela comunidade roubou a cena, ofuscando o falecido. O vereador Emídio Júnior e o seu alter ego, o indefectível ex-vereador Edivaldo Emídio, não perderam tempo e nem respeitaram o lugar sagrado. Olhando um para o outro, perguntaram: “E os calendários, e os calendários?”. Um deles respondeu: “Mandei pegar, mandei pegar...”.

Cruz, caixão e vela preta 2
Os ditos calendários traziam mensagens “políticas” de final de ano para amaciar as almas dos fiéis ali presentes, de olho, obviamente, nas eleições deste ano, visando promover os candidatos que a dupla Bibo Pai, Bob Filho irá apoiar. Manoel Cordeiro, o defunto, a esta altura, já deve ter se transformado em Manoel Lobo. Dá para ter saudade da velha Inquisição, pois esses dois capetas deveriam ser queimados por estarem fazendo politicagem dentro num local sagrado!

Coquetel
A agência de turismo “As Espiãs da Folia Viagens e Turismo” estará realizando o seu coquetel de inauguração nesta próxima sexta-feira, dia 8, às 19h, no Arco Íris Recepções. A empresa é a primeira no ramo em Macaíba. Quem tiver interesse em entrar em contato com As Espiãs, basta ligar para o telefone: 8843-3609; ou e-mail: asespiasdafolia@hotmail.com.

Com a prefeitura no pau
Sobre o fato do ex-prefeito Fernando Cunha e da ex-secretária municipal de Saúde, Ederlinda Pereira Dias, terem ingressado com ação na Justiça contra a Prefeitura de Macaíba, no início de dezembro, reivindicando o pagamento do 13º salário proporcional mais as férias, um observador da cena política fez o seguinte comentário: “Por que ele (o ex-prefeito) não colocou junto na ação, também, os nomes dos cargos comissionados que exonerou, quando estava à frente do Poder Executivo Municipal?”. Realmente, é de se estranhar ver Fernando Cunha lutando por seus direitos trabalhistas. Parece que de tanto ver os servidores municipais colocando sua antiga gestão no pau, o médico-monstro resolveu se camuflar de cidadão.