NOTÍCIAS DE MACAÍBA POR RÔMULO ESTANRLEY

OPOSIÇÃO NO SENADO FOI MASSACRADA
Caso a candidata Dilma Rousseff consiga garantir vitória neste segundo turno, terá muito mais facilidade de dialogar com o Congresso Nacional. Segundo a nova radiografia do Congresso, os partidos que mais cresceram foram aqueles da base aliada. O presidente Lula deixa a presidência entregando possivelmente à sua sucessora uma Câmara Federal e, principalmente, um Senado diferente do período em que ele exerceu os seus dois mandatos. Talvez isso se deva ao fato de que o Senado foi o espaço em que ele mais teve dificuldades de dialogar e aprovar seus projetos. Portanto, Lula encabeçou uma peregrinação pregando o voto contra aqueles senadores que criticaram seu governo e que impediam as ações governamentais. O resultado disso foi uma derrota fragorosa da oposição no Senado. Os partidos da base foram mais uma vez os que mais cresceram. Prova disso é que grandes nomes da política no Senado, como Marco Maciel (DEM), Tasso Jereissati (PSDB), Mão Santa (PSC), Heráclito Fortes (DEM) e Arthur Virgílio (PSDB) ficaram de fora. A maior exceção foi o RN, com a reeleição do agripinismo, levado a cabo pela onda cor-de-rosa que tomou conta do estado. Nesse caso, Dilma presidente terá facilidade de governar com folga, o que já não se pode dizer o mesmo de José Serra. Um outro fator que deve ter gerado a mudança no Senado, foi a candidatura de ex-governadores bem-sucedidos, que vieram de uma reeleição, como é o caso de Aécio Neves, entre outros. Um outro fator, é que o Senado, que foi palco de grandes escândalos, precisava ser moralizado. Vez ou outra, as urnas acabam demonstrando lições, mesmo sem saber para que sirva um senador. Afinal de contas, por falar nisso, pergunto ao leitor: o que têm feito os senadores do nosso estado?

EMPENHO
Como já era esperado, o deputado estadual Ezequiel Ferreira de Souza (PTB) se destacou como o mais votado em Macaíba, com 5.777. A votação do parlamentar está sendo atribuída ao empenho da prefeita Marília Dias.

PAI DOS VOTOS
Nos meios políticos, muita gente tem se perguntado quem, de fato, foi o pai dos votos (3.610) do deputado estadual eleito Dibson Nasser (PSDB), em Macaíba. O candidato contou com apoio de um grupo muito coeso e de estrutura invejável.

MIGUEL WEBER
Mesmo não sendo eleito, o candidato a deputado estadual Miguel Weber (PV) conquistou o terceiro lugar na preferência dos eleitores macaibenses, obtendo 3.577 votos. Foi apoiado pelo ex-prefeito Luiz Gonzaga Soares (PSB) e pelos vereadores Thomás Sena (PMDB) e Francisco Fernandes Maia (PSDB).

NA MOITA
Já Ricardo Motta (PMN), apoiado pelo ex-prefeito Fernando Cunha, obteve 3.403 votos, conquistando a quarta posição.

GILSON MORNO
Contrariando expectativas, a votação do deputado estadual Gilson Moura mostrou-se morna: 2.132 votos. No início da campanha, pesquisas de consumo interno o apontavam como um dos favoritos no pleito. Ficou em quinto lugar (embora ainda seja uma boa colocação).

OUTROS CONCORRENTES
Os demais colocados foram: Cláudio Porpino (1.316 votos), Kelps Lima (1.154), Gesane Marinho (893), Antônio Jácome (843), Fernando Mineiro (814) e Poti Júnior (674). O primeiro foi apoiado pelo ex-vereador Edivaldo Emídio (PSB), liderança inconteste de Traíras; Kelps e Jácome, pelo vereador Eduardo Santos, o Rôdo; a votação de Gesane é mérito de sua própria campanha; Mineiro, pelo PT; e Poti Júnior, pelo ex-vereador Francisco “Chico Cobra” Pereira dos Santos.

CLÓVIS NUNES
Um dos candidatos da terra, Clóvis Nunes (PC do B) – os outros são Miguel Weber e Josélio Pereira –, conquistou 507 votos na sua cidade e 646 no total.

JOSÉLIO
O servidor público municipal Josélio Pereira (PV), 48 anos, obteve 218 votos no RN, sendo 69 em Macaíba.

CÂMARA FEDERAL
Em Macaíba, a classificação por votos para deputado federal ficou assim definida: Henrique Alves (PMDB – 7.819 votos), Fábio Faria (PMN – 4.638), João Maia (PR – 3.300 votos), Paulo Wagner (PV – 2.806 votos), Fátima Bezerra (PT – 2.739 votos), Sandra Rosado (PSB – 2.309 votos), Felipe Maia (DEM – 2.272), Rogério Marinho (PSDB – 1.448 votos), Adenúbio Melo (PSB – 1.325 votos), Rosy de Sousa (PV – 513 votos), Wober Júnior (PPS – 405 votos) e Geraldão (PT – 257 votos).

FUTURO DEMO-TUCANO
Desde o advento da redemocratização do estado brasileiro, o PT se constituiu como alternativa representativa das populações mais pobres. Foi assim na primeira eleição direta, em 1989, quando Lula disputou a Presidência da República pela primeira vez, em que acabou perdendo para o seu opositor, Fernando Collor. A partir daí, com o fracasso do governo collorido e a ascensão do PSDB, atrelado à figura do então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, pôs no cenário político nacional dois pólos que vêm disputando desde meados dos anos 90 o maior cargo político do País. Esta eleição está sendo, desde 1989, a primeira em que Lula não está concorrendo. Mesmo assim, a sua candidata (Dilma Rousseff) despontou como grande favorita nesta eleição. A pergunta que fica é: se o PSDB, que antecedeu o governo Lula, continuará sendo esse segundo pólo? Vale lembrar que ainda falta ser testado um grande expoe nte do PSDB, que é o mineiro Aécio Neves, que por outro lado vem sendo, ao longo das campanhas, deixado de lado pela cúpula tucana paulista. O resultado disso é que, com toda a popularidade de Aécio em Minas Gerais, o candidato tucano à presidência perdeu em terras do neto de Tancredo Neves. O resultado das pesquisas em Minas para presidente foi um sintoma dos rumores que ocorrem nos bastidores da política, em que Aécio deixou transparecer a vontade de fundar um novo partido e criar uma ala de oposição mais moderada, se distanciando, inclusive, da extrema direita (representada pelo DEM), dos ranços das derrotas acumuladas pelo PSDB e o contágio do atraso que representou a aliança demo-tucana. A prova disso é que Aécio tem tentado se esquivar das aparições com José “Sr. Burns” Serra.