ESCOLA DE MÚSICA DE MACAÍBA ACABA PELO DESLEIXO DA PREFEITURA DE MACAÍBA

Difícil crer em administrações que cancelam projetos sócio-culturais consolidados e de alcance internacional, com resultados significativos na melhoria da educação do município. Está tudo comprovado em pesquisa. Mas a prefeitura de Macaíba suspendeu o convênio com a UFRN que viabilizava o desenvolvimento da Escola de Música de Macaíba.

Os resultados dessa parceria são visíveis: são dezenas de alunos da periferia do município matriculados nos cursos da UFRN. Muitos nunca teriam perspectiva de cursar uma Universidade Pública e com o convênio mantém contato com professores de renome internacional, tocando na Orquestra da Universidade, realizando turnês, tendo a possibilidade de uma vida melhor.

A Escola de Música de Macaíba realizou verdadeiro milagre. Em três anos formou dezenas de alunos que hoje representam Macaíba no país. Esse milagre se deve a três fatores: o talento, dedicação e vontade dos alunos em fazer música; a dedicação extrema dos monitores da UFRN, que compareciam a Macaíba com mais de seis meses de pagamentos em atraso; e a verdadeira família formada na comunidade em razão dos filhos frequentarem a Escola.

Nos anos de 2009 e 2010 a Escola conviveu com problemas sérios: falta de pagamento (das nove parcelas devidas pela Prefeitura de Macaíba em 2010 para o pagamento dos monitores, apenas quatro foram pagas) e falta de infra-estrutura básica (houve até mesmo um dia em que uma monitora ligou consternada avisando que não havia nem água para beber na escola).

Hoje, nenhum dos monitores que fizeram estágio na Escola ano passado está com contrato para lecionar. A Escola de Música de Macaíba no momento é uma instituição sem nenhum tipo de aula, e infelizmente sem perspectiva para o reinício das atividades letivas.

Diante dos fatos, a prefeitura de Macaíba merece apenas o desprezo. O trabalho realizado na Escola está acima desse desleixo inexplicável. Penso que a equipe da Escola deveria procurar a iniciativa privada, a própria UFRN ou as leis de incentivo culturais; fugir do engodo do poder público. Esses alunos merecem esse investimento!

Por Sergio Vilar