José Terto dos Santos foi um bom homem. Trabalhador, criou dois filhos e quatro filhas junto com a segunda esposa, a dona Marluce.
Por ser analfabeto de pai e mãe, José Terto teve uma vida difícil e só arrumava trabalhos braçais, justamente por ser analfabeto de pai e mãe.
José Terto nasceu na Paraíba e ainda na infância veio com sua família morar na comunidade de Lagoa dos Currais, na época ainda pouco habitada e tomada pela vegetação catingueira.
Como todo José, era mais conhecido por Zé e muitos já ouviram falar de Zé Terto por essas bandas. O sofrimento do Zé Terto, a vida difícil que teve na verdade é a mesma vida que tem muitos brasileiro ainda hoje, é a vida de muitos macaibenses ainda nos dias de hoje.
Agora vindo para o assunto que na verdade quero tratar, respeito a memória do pai do vereador Aluízio Silvio, mas o pai dele foi um herói somente para a família dele, como o meu foi o meu herói e como eu deverei ser um herói para o meu filho.
O senhor José Terto dos Santos de quem tanto relatei nestas breves linhas foi o pai deste modesto redator. Ele faleceu há oito anos.
Com todo respeito que tenho ao vereador, a seus irmãos, filhos… Não posso deixar de apontar o meu descontentamento ao ver o nome do seu pai agora ser nome de logradouro pelo simples fato do filho ser um vereador.
Não haveria de discordar se tal, num passado remoto, tivesse realizado um grande feito, inventado algo, defendido uma causa, tivesse sido um político, um líder comunitário. Bom, se pelo menos ele tivesse morado no bairro que levará o seu nome. Mas nem esse último item pode ser levado em consideração já que o conhecido conjunto da Caixa, futuro conjunto Sílvio Batista Soares, nem existia na época em quem o doador do nome estava em vida.
Acho que o pai de cada um de nós merece ter o nome em uma rua, não é mesmo caro leitor, cara leitora?
Escrito Por Marcio Santos